Carrapatos

     A imagem foi feita a partir de uma fotografia e de um desenho feitos ao longo de minha trajetória com o rio Piracicaba. O desenho, de minha companheira Laura, reproduz de forma esquemática o Sistema Cantareira. A fotografia, feita por mim às margens do rio Piracicaba em dezembro de 2021, mostra uma placa com a informação de que as margens do rio são uma área de risco pela presença de carrapatos-estrela, transmissores da febre maculosa. 

     Uma série de placas no trecho urbano das margens do rio Piracicaba alertam para a infestação de carrapatos e para o perigo de transmissão de febre maculosa, doença que pode levar à morte, mas que tem cura se tratada com antibióticos logo nos primeiros dias da infecção. 

     As placas instaladas pela prefeitura municipal de Piracicaba por meio da Secretaria Municipal de Saúde, começaram a  aparecer após o registro do aumento de casos de febre maculosa em 2012. Analisando os dados disponibilizados pela,  Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Piracicaba, que apresenta a incidência de casos de febre maculosa por ano desde 2000 até 2020, podemos observar que  2005, 2012, 2013, 2017 e 2019, foram os anos com maior incidência de febre maculosa no município de Piracicaba

     O rio Piracicaba abriga em suas matas ciliares colônias de capivaras, animais roedores, hospedeiros dos carrapatos transmissores da febre maculosa. Nos períodos de seca, que correspondem aos meses de maio a setembro, aumenta a proliferação dos carrapatos, principalmente nas áreas verdes e margens do rio. A intensificação dos períodos de seca, provocados pelo Sistema Cantareira, leva ao aumento de carrapatos- estrela  que, embora não sejam problema em sua natureza intrínseca, nas tentativas do sistema de regulação das águas provocam um desequilíbrio no ambiente.

 

REFERÊNCIAS